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11 abril 2014

Sobre aqueles caminhos


Sentada na cama, se pegou pensando - ou tentando pensar - o que seria a partir de agora. Tentando traçar metas ou em como realizar aquele sonho que não mais existia. Naquele momento, o presente, cada vez mais, se tornava passado e ela não sabia porque insistia em continuar a remoer aquilo. Sabia que era mais fácil desistir, mas não era a única opção, resolveu então seguir. Mas, seguir por onde? Para onde? Aquele velho caminho já tinha ramificações demais, opções de mais, lugares de mais... sabia também, que a indecisão é de mais.

"Vamos sair, comprarei um sapato pra você", lembra de sua mãe ter dito. Ficou imaginando várias possibilidades, vários sapatos que poderia escolher. Será que arriscaria um salto dessa vez? Ou seu conforto falaria mais alto? Sem hesitar, uma semana depois, ela saiu por aí com sua mãe procurando tal sapato. Passaram por uma, duas, três lojas e nada. Nada que a agradasse até a quarta loja. Aquela sim tinha sapatos bonitos, dignos de sua atenção. Pediu a vendedora então, para lhe mostrar opções e explicou como queria. A mulher, dez minutos depois, voltou com umas dez caixas de sapatos na mão, sorridente. Ela, então, avaliou as opções. Haviam umas três sapatilhas, dois tênis e o resto, era salto. Olhou, olhou, e olhou de novo. Descartou alguns até sobrarem somente dois, nos quais, não conseguia se decidir. A sapatilha rosa era linda, mas estava precisando de um tênis novo. Pensou umas cinco vezes e por fim, saiu de lá levando nada. Simplesmente nada. Desistiu. Convenceu sua mãe a voltar pra casa e ficou sem um tênis novo até seu pai resolver lhe dar um, ela teve certeza que era aquele.

Se não podia escolher um simples sapato, como então decidiria algo como seu futuro? Quer dizer, a adolescência já fora embora. Não estava falando de um sapato. Estava falando sobre o que fazer pelo resto da vida. Estremeceu. Suas amigas todas já estavam direcionadas. Aquela pressão já era de mais. Aqueles caminhos eram tão necessários? Não podia eliminar alguns, como fez com os sapatos? E se acabasse sem nenhum deles? Exatamente como os sapatos... se achava nova demais para tomar decisões de tamanha importância. Até... até aquilo tudo parar de fazer sentido. Se esqueceu no que estava pensando, decidiu aumentar aquele caminho e deixar as ramificações para depois. Ela simplesmente continuou andando, sem um sapato novo. Igualzinho ao que aconteceu na loja a alguns anos atrás. Até o dia que a vida lhe desse um caminho novo, na qual, teria certeza que seria aquele.


4 comentários:

  1. Você escreve muito bem, concordei em várias coisas aí. Gostei muito do texto!

    Ponte Para Paris

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  2. Adorei a crônica. A escrita está realmente boa.
    Beijos,
    Julie | http://www.juliechagas.com/

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  3. Amei o texto, você escreve muito bem <3
    Beijos | www.doseujeito.tk

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  4. Olá Linda tudo bem.... belo post
    Passei para conhecer seu blog ele esta um charme, e já estou seguindo...
    pode retribuir??//// agradeço já
    http://dieinydicas.blogspot.com.br
    beijinhos

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